delírio na terra fria
sinto-te, no pulsar,
da terra fria, que me deito
ermo, gélido, inerte...
eu e a mácula imperfeira da nudez
e a névoa que me abraça
trazida pela linha, larga e longa
do tejo, que avista a foz...
sinto-te, o toque, a pele, a mão
e o âmago da alma viva, inquieta,
o sexo incandescente,
e os cumes empinados numa dormência
que te torno dominada...
sinto-te no pulsar desta terra quieta, que me estendo,
enquanto me acorda,
a intenção do sol por trás do dissipar,
por trás deste delírio
Coruche, 19 de Novembro de 2024