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Abr08
no moinho
Lino Costa
já sabia
que era assim
o moinho com mó
e as pás destratadas
no cimo do monte
abandonado, sujeito a vendavais
do cume esquecido
por vezes abençoado
pela graça divina do sofrimento
essa quase utopia perfeita da chacina
do verbo “amar pra sempre”
que o mais mortal dos homens sente
quando fecha a saca cheia
e enche a pedra gasta
de sentido, ao girar
que sentido? esse
incessante, que se alastra no silêncio
enquanto a força quiser
na noite quebrada
sem luar nem estrelas
e esse homem que lá vive