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Abr08
adágio à natureza desistente
Lino Costa
constante, acertado
vai e vem viajante
o pêndulo à margem
do rio, depois da árvore
antes dos pedregulhos e da areia
e ao lado, a, cadeira
quase vaga, por um violino
teimoso em ficar
como este meu sonho
num balbuciar
de sons nenhuns, orquestrais
em salpicos de musica
em dedilhos dos ponteiros
e nas danças ramais
p’lo solo do violino sem arco, de nada,
preso ao vazio do pinho trabalhado
e ao som do rio que corre seco
dos pinotes dos peixes mortos
e do turbilhão de enganos
à sombra frondosa de um carvalho
no Outono, solarengo e aberto
na orla constante e longa
que abunda vida depois de uma
e natureza depois de duas tentativas