fado do consolo
santa
a tua alma grande e santa
que agigantas a minha que por ti apraz
se fores sempre a minha e audaz
ai fogo
teu quente corpo, fogo
que tanto m’abrilhantas
labareda serena
minha alva imagem de pequena
que me arrancas da escuridão, me desancas,
a que me dou por impotente
ao estender do desalento
por desvario, desconcerto do pensamento
minha doce
ai, minha água fresca e doce
que me tens na ramagem da tua candura,
no correr dessas águas de ternura
encruzilhado em macios e veludo,
aqui tenho tudo
caniço do sul
amparo da ribanceira no paúl
não me faltes casta
porque morro e basta…
…porque és a eterna e a verdade
e eu sou um pobre pastor nesta imensa e tua herdade
não vás porque fico ferido
porque a vida não terá partido
minha doce
ai, minha água fresca e doce
que me tens na ramagem da tua candura,
no correr dessas águas de ternura
encruzilhado em macios e veludo,
aqui tenho tudo
Benavente, 10 de Novembro de 2006