precipício do engano
ela vai saber
desse teu tango de paixão
desse doce veneno
ela vai saber
que abraças-te um vento
um turbilhão insaciável
sustentado, somente, por um calor
ela vai saber
dos teus pensamentos
dos teus tocamentos faltosos
e redimir-se-á ao concreto
ou até a tua cobardia sangrar
ela vai saber
porque te sabe até ao suor
e ao riso falseado, ao expressar dos olhos
nas vezes todas, que não te esperas
far-te-á provas armadilhas
movimentos e carnamentos
ela vai saber
que vais longe da fronteira
que assumis-te um medo
uma proibição
que reténs um segredo
uma ursular consumição
que não foste um trapezista rumado
ela vai saber
dessa tua malha pecaminosa
óbvia, crescente inconsequente…
lembra-te da certeza
que levavas, num beijo dado
e espanta essa morte
agarra-te ao leme
ou ela vai saber