...
nem sempre foi assim
aquele ritual em cortejo
hipnotizado, pela rua a baixo
rumo a nada. Iam
sim sem saber, o quê,
a um cativeiro de luz
aviário, produzir, o quê
um feitiço, exorcização
e eu no meio
sem traquejo pra pregar
aos ouvidos moucos
entre o azo da destreza e tanta convicção
tudo, tão tudo.
displicentemente encaminhado
rectos à cidade. negra. com a alvorada
de um sol escondido, numa bruma maligna
do rio que paira mudo.
ao fundo da estrada,
que não se move nem grita.
e eu no meio
que fugia aos ecos
daquele deambular
rumo à planície do carrasco hirto
preso à terra p’lo sereno
e vou ficar
porque já o vi tão intocável
virgem e brando
distante da negrura de lisboa