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Fev08
psico espera p'la morte
Lino Costa
um virar de página
uma porta aberta
um veludo de voz
num lento entardecer
são coisas do fim do silêncio
um escurecer terno
e uma janela aberta
com vista para montante
que não sei se existe.
E luzes. São tantas as luzes, lá fora
e os murmúrios, e os secretismos
e as confidências inconfidentes dos olhos
ou um divã surdo e velho
e um silêncio. Esmorecido
no dourado de um pêndulo mental,
de um relógio tão parado
ao centro de uma parede nua e branca
dentro de uma palidez que o abraça
dentro deste silêncio que não se cansa
de ser, uma morte às seis da tarde
de ontem. Que lá vai tem tanto…
Setúbal, 12 de Fevereiro de 2008