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Mai08
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Lino Costa
ele é o poeta
das coisas todas infinitas
e das vezes que se fundiu
nas alquimias longas
da viagem que não cessa
como o subir íngreme
de um monte alto
e o rebolar até ao vale
no feno macio primaveril
contra a gravidade do tempo
que vai ao contrario dos regressos
adiados ele é o orador
dos abismos à luz do sol
calculável de sete dias
da cada vez tão pouco
tão fincada tão intensa
ele é a vez de cada palavra
e a sensatez de todos os versos
com estrofes nulas e neutras
a poetisar cada uma das suas vidas