a ti meu irmão
tracei com o pensamento
este poema,
este desenho esboçado,
p’lo sentimento da tua falta.
deixei-o por acabar
por ironia, não sei,
o carvão que usei acabou.
dou graças por este fim
pois não te tenho por completo
no retrato que te tirava.
se findo fosse esse meu partido
teria todo o teu rosto
pra lembrar nas agonias,
nas tristezas que, por vezes, me tocam.
não quero a tua memória
a quando deste dito,
quero-te como figura marcante
das minhas veras alegrias.
desculpa-me quando caio,
e peço a tua mão por preciso,
mas és quem tenho
na constante redondeza...
tudo,
tudo pra te dizer
que encontrei a maré que navegas
e junto com esta onda que me balança
quero triunfar como tu,
detentor de velas cheias
rumadas p’lo teu peito
até um cais de um porto salvo
Este poema já tem pelo menos cinco anos. escrevi-o num dos paraísos, ainda bem que esquecidos deste mundo. Algodres. "A ti meu Irmão" fala mesmo aos meus verdadeiros irmãos de sangue, ou ao de sangue que se deixou adormecer numa embriaguez de coisas embriagantes. Mas que sirva também de poema e dedicatória ao João, ele sabe de que João falo, à Sandra que também sabe de que Sandra falo. à Olinda e ao Mario, no meio de tudo que agora de longe e de frio sinto que o que foi passa a ser nada. E o Vitelo? como está?. A todos um obrigado imenso, como se diz lá no outro paraíso.