04
Nov10
ilumina-me
Lino Costa
ilumina-me sem condição
contra o nexo que te dão,
luz da soltura imensa
quando for noite e não te ver
entrega-te, candeia,
à minha mão contida
na escuridão dos meus medos
tão pouco assumidos, no que existo
considera-te, iluminura,
o meu desespero de sede
por perfeição nua e sem condimento
com o de mais ou o de menos
lua, a pura
a candura que me encerra
os olhos turvos pela noite calada
ou cantada fundida com a cidade longe e ruidosa
acende-te e ama-me
com o quente do teu cheiro
e desmaia lentamente
assim que o meu amor também te possuir