31
Jan11
de repente
Lino Costa
não te tocam meus olhos
para sorvo do teu sabor,
tem tanto, tem tanto que não me lembro
de quando foi o pouco,
o que passou depois de te beijar
a hipnose de te ter restringe-me
os passos do pensar do agir dos passos
meu amor, azul, caminho de flor no linho
que minha mãe ainda não bordou
azul, virgem, de um pedaço virgem
somente tocado por umas mãos que não pensam
presas ao girar do sol caminhante
bêbado caminho, bêbado te sigo
te bebo num excesso
e o meu sangue se torna anil
e confundo-me com o céu
e a minha voz com a do vento
e o meu sussurro com o teu doce
quando o pouco se torna um muito de tempo