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nos dias tenho feito
dos poemas, salpicos de chuva
desfeitos numa mistura de letras
tenho dado, dos poemas,
o nobre mérito de bem ou mal os escrever
tenho resumido passagens
e descritas putas
ou pintado o meu amor
como fazem os artistas nas telas
nos dias,
por me ter poeta ou não o ser
faço-me acontecer noutra carne
noutra mente
em que me guio pelo velho
e pela estrela tão silênciosa
por ser e por não ser
persisto na chuva no chão descansada
para me rever poeta
e nada mais que isso eu ser