O tempo
E o tempo insiste na demora.
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E o tempo insiste na demora.
não te vejo
nem de perto te sinto
nem aqui
nem na fachada vagabunda
remexi na cidade
e nos olhares dos vagantes
não exististe
sei de ti
um verso uma música
imaculada, ou não sei nada
nem nada de ninguém ou de mim
porque quando me emerjo no poema
não sei o que sou
nem o que sabes de ti
mas bebeu-me a noite
verteu-me uma fonte
converteu-me a emoção
no vento tímido de uma tarde acabada
e secou-me o sabor da boca
o teu que me emana certezas
quando não sei se virão estrelas ao meu céu
quis tantas vezes
escrever um grito
e descrever tantas vezes
o que tantas vezes não grito,
eu, a quem o mundo não herda
sou outra de outras vozes
durante o mais absoluto vazio
do tempo que não aprende perdão.
quis tantas vezes
usar mais do que um grito
e ser mais do que quando minto,
mas escrevo sempre mais um poema
um verso esmaecido
um dedilho parado.
extingo-me. aos olhos da imaculada estrela
e não uso o grito
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