a corrida
pujante subiu em mim
perene, uma insana noite
sem pudor
a trotear-me com beijos imensos
vestida de um negro muito escuro
na fronte de um céu cravejado
de estrelas densas, do infinito,
como uma tal raiz de si
em nada previa insónia
nem desassossego assim
que não me contenha
a renuncia de possuído
pela aragem que me despia
ou o breu que consentido me usava
como o poema faz à mente adormecida,
e na aurora quente, longa,
desmaia e embala a galope
pelo dia que raia como eu