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versejos livres

versejos livres

27
Jul12

marmoto

Lino Costa

 

sinto-me um processo de tempo

que transgride a essência

da certeza de ser

um movimento tectónico

sinto-me subtil aquecido pela lava

pra que não morra

sem o sabor das massas

ou o fluir das coisas

25
Jul12

na linha do canto

Lino Costa

canta o cuco

a noite na amoreira

e canta o eco

na vazio do pombal

porque a vida pára

e a noite aclara o sossego

do cabeço enaltecido

durante a rodeira serpentina

e a viúva inebria-se no rosário

e grila o grilo

ao breu da figueira

ao rosto, velhinho, caído

sem que falte à cantoria

o sino da linha vertical, marginal

25
Jul12

procela de mim

Lino Costa

na procela brava

desmedida, avulsa

na privação de nem te ver

passo a passo

nem voz…

 

prendo-me à alquimia

para que não exista saudosismo

nem assonia ou ideais de Platão

 

que fazem de mim cartaz de escárnio

e vassalo da noite

sem finda escuridão

que tanto a ti findou

num dia que não tinha tenção de findar

18
Jul12

leva-me um marasmo

Lino Costa

leva-me um marasmo

que me encanta

sem a brandura d’outrora

tudo se emerge escabroso

num desnexo

que não se integra na mais ciência exacta

tudo se converte incerto

e não assume verdades ou mentiras

passam-se as horas

e a asfixia tenebrosa

punça-me as veias gastas

absorve-me o pouco que respiro

com todos os minutos breves

e a magia de viver

extingue-se com algo que desiste de mim

12
Jul12

a mão do tempo

Lino Costa

esculpo-te semblante

em todas as pedras

para que excelso

se figure o rosto

e conjugo o espaço sideral

para que sejas omnipresente

no meu mor medo

a noite

quero-te sublime no tempo

no meu tempo, como a eternidade

que não é mutável

que fulge imensa tantas vezes

06
Jul12

...

Lino Costa

pôs-se o sol

num dia gasto

na lonjura esbanjada

d’um horizonte inacessível

 

pôs-se o sol

e o dia morre no rio

na fotografia de canoas

afundadas no verde das margens

 

e pôs-se uma fria escuridão

naquilo que chamo de “eu”

ou em o que tenho por muito

e morri por hoje

 

na íngreme calçada do silêncio

numa extinção de beleza que não vejo

morreram os ecos da andança

e perdi dois nortes de um rumo

 

deixei de ter poema

que me salve no destino

e os teus olhos

que me guiam pela ladeira fora

 

morri de fraco

como a maré obtusa de vazios

morri, desculpa morri

com o dia o rio e o sol que já não são

05
Jul12

o serão do raiar

Lino Costa

nada me extingue

dos poemas que cito

da matizada dedicatória

ou do pedido quando me falta um perdão de ti

permanece,

nos meus longos rosicler

de auroras que antecedem dias

afogueados de salivas que não existem

 

nem eu me extingo

do sentimento

ou me demito de ti

sou eu o dia aceso

que nos inflama

uma paixão que incandesce

até que madrugue

o afogueio de um beijo sem existir

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