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versejos livres

versejos livres

15
Mai13

vento e alma

Lino Costa

no corpo frio do vento,

vem a prece e a mensagem

e voa uma alva pomba branca que a recebe,

ao poema convertido, em luz,

ao alto dos pensamentos mais proibidos

 

enaltece-se o pregão

e o silêncio num gesto quente,

e crescem os corpos para o rumo,

até ao prumo e à forma

de verso contido dentro d’uma paz sem palavra

 

encontro-me neste vagar

e sou desse claustro alma calada

 

faço-me ao leme na partida

sou o capitão de mar, de guerra e de mim

vou preenchido à aventura d’existir

entre contos de sereias e Adamastor(es)

que os horizontes me vão ditar

 

e mesmo entre névoas

vem a alva e branca, trazer

a lembrança e a prece

pra que a volta não seja redonda

e encontre salvo porto, que me receba

 

 

Lisboa, 14 de Maio de 2013

Ricardo Castro Alves

In: Versejos Livres

13
Mai13

derramam-se os beijos

Lino Costa

ali tão perto, as ondas,

aclamam-se em paixões

entre o titubear dos horizontes

e o troteio dos acanhamentos que se medem

como que um mandamento ancestral,

 

e eu em tão díspar contradição

preso às horas míseras

do estar longe

e dentro da mais escarlate consumição

que é viver este arredo, travessia e mar inteiro

 

nem a apoteose

que derramas nos beijos,

que me deixam a cru a certeza do que sinto,

me preenchem este vazio

este desvario de coisas sãs, de bizarrias vãs

 

no preciso instante

que te vais, ou eu não estou

aprendo a amar-te mais ainda

e a seguir-te o rasto do nome

pra te reter nas noites, como esta… caídas

 

 

Lisboa, 13 de Maio de 2013

Ricardo Castro Alves

In: Versejos Livres

12
Mai13

no tempo da lentidão

Lino Costa

quadratura, não,

ou condição de um circulo parado

de ogiva d’um arqueio, volta perfeita…

tudo seria tempo, remetido a um jorro

tempo, outro, que morto seria em mim

 

acontecem os momentos obtusos

de tudo que o que nunca espero,

dão-se trejeitos, dialectos, fazem-se idiomas

e sinto que tais os preceitos

não serão mais que regra, cânone

que não persigo e de quem desisti

 

sigo os passos, porém, d’uma doutrina

d’um crer absoluto, e que me venda em cegueira,

sigo o caminho resumido, o trilho e o erudito

sou em mim este modo este jeito

sou este sentir de que a noite vai no fim

 

preso à cama morna que me ouve o pensamento

entro em vagareza pelos segundos suspensos

espessos melosos que em emudecem

no limite do infinito, que tanto corre outrora

e adormeço na réstia síria d’esperança, ao fim da falta

 

 

Lisboa, 12 de Maio de 2013

Ricardo Castro Alves

In: Versejos Livres

08
Mai13

Arcanjo

Lino Costa

guardo enxutos meus olhos

e o pranto, trago dentro do peito

quando se agita a minha alma

pela perda imensa perda

que leva a estrela num dedilhar pelo céu

 

é feito de tanto este ir,

é feito do que escondo nas letras nos poemas

sem confissão nem vela que faça chama

quando o padecimento não alivia

e o desistir passa a pensamento

 

sou no sonho,

sou opressão de mim

sou os medos que acontecem e os segredos

assolo aos meus sorrisos mais veros

quando desmesuro os segundos e os dias como perdidos

 

fez-se sem aviso

o sumiço infinito

até ao eterno do ser…

e aguardo pelo meu lugar

pra que seja ponto na constelação que principiaste

 

 

Lisboa, 08 de Maio de 2013

Ricardo Castro Alves

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