(dor)rendada
abraço, de espaço, vazio
contemplas-me o ardor desmesurado
quando me sobes como hera
pelo dorso que grita cansaço
esse pranto único,
que numa pendência, entre forte e fraco
existe como carne, e corpo que sente
que vive por vezes sem palavra
sem movimento que ocorra
corpo, pensar imóvel em chama,
pela rigidez absorvido
com os passos quase cimentados
na trama, coisa tecida
enleio e acto
a que se deu, pra cessação e por instante
ao respirar no sonho, a dor que pensou já não ter
Lisboa, 20 de Julho de 2013