Bom Dia,
Todos os anos me manifesto em forma de agradecimento aos leitores, uns mais assíduos do que outros. Mas este ano vou manifestar-me de forma claro e concisa, a todos, mas em especial aos mais próximos, aos amigos, aos companheiros, e aos confidentes.
Muito obrigado.
A poesia, tornou-se uma forma de vida, de estar, há já muitos anos e tenho falado disso nestes últimos dias com algumas pessoas que acabam por perceber o que digo e como o digo, parece psicossomático mas não é!
A forma de expressão, seja ela cifrada ou não, direta ou não, metafórica como quase sempre, aliás, tornam-se meras características, que levam a uma dedicatória, ou a um manifesto inevitável, mas a mensagem passo-a sempre, e levo na direção que pretendo, sempre.
Redundâncias, forças de expressão… a poesia, transmite-se essencialmente de forma emocional, até de mim para mim, acabo a maioria dos poemas, com o sabor da adrenalina, do saciar de um vicio na boca, aquele poder estúpido do primeiro cigarro do dia, (quem sabe, sabe, quem não sabe, a este respeito que morra ignorante), o alivio de dizer, de não guardar, de expor e de não colocar na “gaveta”, como quase todos os meus poemas, deixa-me num sossego desassossegado. Não fosse “poeta”, assim me chamam às vezes, e procurasse o idealismo e a perfeição das coisas que sigo em “doutrina”, que penso e que escrevo, por isso sou insatisfeito por natureza, mas como escritor, e como Homem. Na maioria das vezes desisto da perfeição, mas mantenho a intenção do aperfeiçoamento, se encontrar a perfeição serei quase alquimista, e muito honestamente, aí desisto! Da poesia e por conseguinte de tudo.
Passaram sete anos. Sete! Um projeto pessoal que fundamentei e já tentei de um tudo para faze-lo desaparecer.
Mas alguma coisa me faz sempre acreditar que vale muito a pena mantê-lo.
Tenho feito deste mural, uma retrato do Homem que sou, como poeta ou Homem, dos comuns, porque sou, e gosto de ser, manifestei, aqui tantas alegrias minhas, tantos dissabores daqueles que não lembram ao fel, e finalmente aqui cresci tanto. As palavras de alento e tentativas de desmoronamento que se foram esbatendo, tornaram-me muito mais forte e consistente, na forma e no “fumo”.
Passaram sete anos, sete anos!
A todos um especial obrigado e deixo, um dos primeiros posts no blog no já longínquo Outubro de 2006, “Homem do Triunfo”, uma homenagem para os dias de hoje e uma dedicatória de sempre.
Homem do Triunfo
Para lá do horizonte
Em terras de pesca e maresia,
Pairas tu Homem, senhor do teu lar.
Que és por hora detentor da fadiga constante,
Dedicas-te ao ofício,
Ergues-te, ainda o galo canta rouco,
Descansa ó velho do trabalho carrasco.
Larga as redes na prensa da canoa,
Vai por onde leva o mar,
Pelas ondas, triunfante,
Olhando a espuma fresca,
Vê como é belo o contorno dos montes.
Quando pensares na laçada que te atraca ao caís,
Rema firme de encontro ao murmúrio,
Sem medo da correria,
Pois o mar deu-te o encanto de levitar na hora da dor.
Obrigado,
Lino Costa
Lisboa, 18 de Outubro de 2013