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da minha alma seca
um desassossego e não amainas
és gomo doce rasgado e cheio
que me vertes esperança
ao te ver sem conta
no pomar onde floresces
quero roubar-te o cheiro
quando fores flor
pra seres o mote
do verso que não encerro
para seres termo
do intenso do tempo, do ínfimo
das coisas distantes do alcance
como o sorvo da tua boca
que emana na minha
percorre-me as veias
os recantos do corpo
e as asas do sonho
a palma vazia das mãos
com os sorvos da tua boca
Lisboa, 29 de Novembro de 2013
Lino Costa
In: Versejos Livres