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versejos livres

versejos livres

29
Nov13

...

Lino Costa
és como sede
da minha alma seca
um desassossego e não amainas
és gomo doce rasgado e cheio
que me vertes esperança
ao te ver sem conta
no pomar onde floresces

quero roubar-te o cheiro
quando fores flor
pra seres o mote
do verso que não encerro
para seres termo
do intenso do tempo, do ínfimo
das coisas distantes do alcance

como o sorvo da tua boca
que emana na minha
percorre-me as veias
os recantos do corpo
e as asas do sonho
a palma vazia das mãos
com os sorvos da tua boca


Lisboa, 29 de Novembro de 2013
Lino Costa
In: Versejos Livres
27
Nov13

traço

Lino Costa

se fosse feitor de poemas

teria o dom da leitura

ante formosa e fatal quimera

seria fulgente qu’ ofusca

passaria a momento mero

igual a desiguais instantes

 

não sei que riscos tenho na sina

por isso faço cortes ao destino

quando temo o tempo seguinte

o bafejo das rimas

da condição que não consinto

entre fumos ideais e cigarros

 

se poeta não sou…

dentro do Homem, que coisa sou?

serei morfema e simplicismo

a amálgama, teorema dos sentidos

ou o poema que não escrevo

ou deixei de ser matéria, mas penso…!

 

penso…? sinto o pensar inerte

e a voz contida dentro eco,

só me ouço a mim, e à cantada maresia

à andança de ser por ser,

no quadrante dos segundos iguais a todos,

onde um fogo mantém a acha

 

 

 

Lisboa, 27 de Novembro de 2013

Lino Costa

In: Versejos Livres

18
Nov13

um tempo que te terá

Lino Costa

já sinto a saudade

que não tenho, ainda

e paro hoje

a decifrar a lentidão das horas

que te levam a uma breve loucura

a um tempo que te terá

e eu não

 

a esta minha tremura,

alcunho, dor

que de mim troça o coração

porque de ti nem cheiro nem travo

 

leva o meu amor

pra quando não souberes de mim

dentro d’um vazio que te ocorra

e seja fogo que te queime

louco como este que me persegue

depois de te ver ir,

e eu não

 

 

Lisboa, 17 de Novembro de 2013

Lino Costa

In: Versejos Livres

18
Nov13

versos plenos

Lino Costa

são versos plenos

teus traços, todos,

vastos que quero amar,

e aos teus olhos moços

doces deste meu viver,

 

não temas que te venere

tenho mais de mim

do que tem o sol pela lua,

amor, meu grande amor,

 

que teus olhos moços

quero amar, tanto

em todas as vezes que me prendes

ao teu sorriso, luz

não temas que te venere

 

tenho tudo aqui

preso na pele

pra que sorvas a cada beijo

e tenhas este tão vero sabor

 

 

Lisboa, 18 de Novembro de 2013

Lino Costa

In: Versejos Livres

11
Nov13

luz à noite, luz de lisboa

Lino Costa
mais do que te amar
quero da noite
o tempo de dois dias
e que seja recta como as pontes

mais do que te amar
faço-te imortal
no retrato de carvão
com o cacilheiro que testemunha
e o elétrico que marulha
ante o tejo, um silêncio oval e preso
que faz rumo e adorna o tempo
com liberdade de diapasão
numa diáspora por Lisboa
que nos ama


Castelaria, 11 de Novembro de 2013
Lino Costa
In: Versejos Livres
06
Nov13

de verso em verso

Lino Costa

vou alagar-me

com o sabor do veneno

das palavras, densas que te escrevo

nos durante, e nas fugas, da saudade

que numa prece de mim

são versos de poema

ou jeito inverso

a ser alegre, que seja, ou que fosse

 

não te quero, em tempo

de um futuro abrangente

quando ainda me golpeias a lembrança

 

vou afogar-te

neste meu querer

amplo, obtuso

pra que sejas rima

e vício de que me desprendo

vou atar-te com um nó cego, apertado

de barbante, cortante, de fio de norte

 

e fazer-te lambança de pó

que te invada com a penumbra do tempo

com o esmero impiedoso que me tens por hora, d’agora

 

 

Lisboa, 06 de Novembro de 2013

Lino Costa

In: Versejos Livres

04
Nov13

auroras do mar alto

Lino Costa

permito que me invadas

rio, os sentidos, irado

de sabor, com os beijos

contra a inquietude

de quietação rasa

com que não amanheço

 

desperto n’umas auroras

do mar alto

de vagas d’Homero,

ou nos trilhos emaranhados

dum lugar absoluto, nenhum

e nunca passo do pensar

que quero ser

tempo do verbo voar

 

mas a redoma do pensamento

devolve-me um dito, o eco,

e calculo quadraturas

sentimentos, terreiros e agora(s)

antes de navegar

aclamar a um mundo novo, e ser, só ser

 

 

Lisboa, 04 de Novembro de 2013

Lino Costa

In: Versejos Livres

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