24
Jul14
Meditação
Lino Costa
Meditação
Mais do que existir, vivo por pertencer-me, por ser de mim, sem grande ou pequena condição.
Dos Homens, pequenos, tenho tirado a miserável conclusão com lamento, têm a alma vendida a um desassossego turvo, que lhes inebria, com pequenas conquistas, e picos de ego sem mais do que isso mesmo. Tenho em mim que muitos são os egoistas, que guardam verdades que lhes ocorrem, mas a cobardia vai se apoderando do poder da genuidade e enche-lhes de medo a garganta no instante de dizer... uma pena, ou uma miseria?
A fidelidade, o traço e o concreto, entre outros valores que não vou enumerar, porque não quero nem vou, com isto, influenciar massas, são alguns dos trejeitos para ser, dentro da simplicidade a abordar, na transparência que viver exige.
O que de(monstra)m, por vezes também me assusta, mas o mundo caminha para ser dos homens sós.
Custa-me acreditar que Homens tenham por crença cilindrar, esmagar, seres que respirem, que sintam dor, ou tenham nas correntes do cerebro emocões a acontecer.
A verdade é que poucos se assumem rudes, pelo risco de exclusão dos seus grupos e sub-grupos, e micro ou nano grupos, para os que se refugiam nas vozes que ouvem. Os Homens são com o tempo bichos de ciclos, de tendências, de modas, foram-se os tempos de hábitos e vícios. Os Homens são hoje, coisas adaptadas, e fundos falsos, como nas gavetas antigas, onde se guardam momentos, medos, coisas e coisinhas, onde ficam segredos e continhas... os Homens são hoje repúdios de si, e linhas esteriotipadas, sem apegos vincados.
Às vezes na procura de coisas minhas, remexo (como me disse hoje uma distinta senhora) no que tinha certo saber, e na verdade não sei, não sei porque deixei de querer, ou esmoreci num tempo, onde um pico de ego me matou toneladas de modestia ou humildade, e ocupou-se desse meu pedaço de alma, migalhas contaminantes de arrogância ou propotência.
Uma defesa? Uma vertente?... Passei a ser assim? Não, eu sei que não... tenho a certeza, não.
Penso em desistir, desistir do princípio que me move, mas, não consigo ser essa pedra de basalto frio, enterrada na terra húmida que ninguém mexe! E como diria outra tão nobre e muy distinta senhora tem anos, no eco de uma parede, "quem desiste, são os fracos" entre um plano de geometria e um olhar cheio de saber e vida. Não, eu não!
Chega-me o afago, lembrado, sempre quente, com a mão dos olhos de minha Mãe, da cara honrada Dela, e retomo a certeza do que quero ser e sou. Ou o modo reto do expressar de meu Pai... para saber, que Homem sou. Um Homem, eu sei
Vila Franca de Xira, 23 de Julho de 2014
Lino Costa
in: versejos livres (blog)
Mais do que existir, vivo por pertencer-me, por ser de mim, sem grande ou pequena condição.
Dos Homens, pequenos, tenho tirado a miserável conclusão com lamento, têm a alma vendida a um desassossego turvo, que lhes inebria, com pequenas conquistas, e picos de ego sem mais do que isso mesmo. Tenho em mim que muitos são os egoistas, que guardam verdades que lhes ocorrem, mas a cobardia vai se apoderando do poder da genuidade e enche-lhes de medo a garganta no instante de dizer... uma pena, ou uma miseria?
A fidelidade, o traço e o concreto, entre outros valores que não vou enumerar, porque não quero nem vou, com isto, influenciar massas, são alguns dos trejeitos para ser, dentro da simplicidade a abordar, na transparência que viver exige.
O que de(monstra)m, por vezes também me assusta, mas o mundo caminha para ser dos homens sós.
Custa-me acreditar que Homens tenham por crença cilindrar, esmagar, seres que respirem, que sintam dor, ou tenham nas correntes do cerebro emocões a acontecer.
A verdade é que poucos se assumem rudes, pelo risco de exclusão dos seus grupos e sub-grupos, e micro ou nano grupos, para os que se refugiam nas vozes que ouvem. Os Homens são com o tempo bichos de ciclos, de tendências, de modas, foram-se os tempos de hábitos e vícios. Os Homens são hoje, coisas adaptadas, e fundos falsos, como nas gavetas antigas, onde se guardam momentos, medos, coisas e coisinhas, onde ficam segredos e continhas... os Homens são hoje repúdios de si, e linhas esteriotipadas, sem apegos vincados.
Às vezes na procura de coisas minhas, remexo (como me disse hoje uma distinta senhora) no que tinha certo saber, e na verdade não sei, não sei porque deixei de querer, ou esmoreci num tempo, onde um pico de ego me matou toneladas de modestia ou humildade, e ocupou-se desse meu pedaço de alma, migalhas contaminantes de arrogância ou propotência.
Uma defesa? Uma vertente?... Passei a ser assim? Não, eu sei que não... tenho a certeza, não.
Penso em desistir, desistir do princípio que me move, mas, não consigo ser essa pedra de basalto frio, enterrada na terra húmida que ninguém mexe! E como diria outra tão nobre e muy distinta senhora tem anos, no eco de uma parede, "quem desiste, são os fracos" entre um plano de geometria e um olhar cheio de saber e vida. Não, eu não!
Chega-me o afago, lembrado, sempre quente, com a mão dos olhos de minha Mãe, da cara honrada Dela, e retomo a certeza do que quero ser e sou. Ou o modo reto do expressar de meu Pai... para saber, que Homem sou. Um Homem, eu sei
Vila Franca de Xira, 23 de Julho de 2014
Lino Costa
in: versejos livres (blog)