um amor em gota
és gota que escorre, que serena
e mesclas este instante
com os teus tons de meteoro
na parede acesa do meu peito,
respiro-te, sorvo-te
num modo que não temo
como verso, poema inteiro,
que recito em beijos na tua boca
a evocar-te o abismo dos olhos
num inebrio de loucura
como sábado que tarda na tarde desfeito
inundaste-me de sorte
de orvalho, fresco e doce,
os meus dias que se cumprem como destino
tão leve, longe de parecer traçado
Lisboa, 15 de Abril de 2015
Lino Costa
In: Versejos Livres