vento livramento
ocorres-me sempre
no tempo corrido
de qualquer coisa,
mesmo na mansidão da mente
ou num porquê, que me derrube
hoje na ladeira,
infinita, que me atravessa e gela,
a corrente do sangue,
atenta-me um dialecto,
como quase sempre,
mas a este não chego
porque não me ocorres?
há algo de espesso
que me trava o pensamento
que não me liberta a certeza,
e têm sido pedaços mortos,
todas as horas...
de lascas e de lanças
...ou coisas estranhas
que não te lembra em tempo algum
porque não te ocorro em coisa assim
Lisboa, 18 de Abril de 2016
Lino Costa
In: Versejos Livres