tudo morre
faz-me amplo o horizonte,
tenho dias sem ver o mar
a espera vai parir o esquecer
sem sol, e um não medonho...
e eu cego, surdo e mudo
morro como a chama da alma
a bradar ao negrume que fica
porque sinto tal tenir
em tudo o que me resta
mesmo que pouco, seja,
é carne mantida
e corpo que carpe
porque o mundo tende à dor
a súplica não basta
e a mão vem sem credo nem rumo
Lisboa, 22 de Maio de 2017
Lino Costa
In: Versejos Livres