a espera
faz-se na boca a sede
se na margem de Ti
me sinta pedaço de nada
entre os versos que escrevo
tal como no tempo,
o poema é quase nada
e as horas são dor,
se no ribeiro,
não Vens, água fresca
pra que te beba dos beijos
o sossego à prece
amanhã serás outra miragem
nos castos e densos minutos
e não terei quadras
pra riscar na espera
Lisboa, 28 de Novembro de 2017
Lino Costa
In: Versejos Livres