ver-te chegar
ver-te chegar
no dia que chove lento
leve, como a água que cai
adoça-me o tempo, tal
que hoje te tive sem medo
nos braços, e senti-te
tão perto a pele, o cheiro, o calor…
o respirar… que tudo te ouvi de dentro
sussurro, ternura, candura, paz,
tudo o que não me reina
à flor da pele no sangue e carne
ver-te chegar
resume-se a um tremor fugaz
contido até te ver sorrir...
que me esqueço do tempo
esqueço-me de mim, do que fui
como se o meu tempo fosse apenas…
ver-te chegar
Lisboa, 2 de Abril de 2018
In: Versejos Livres
Lino Costa