17
Jan12
the nothing box...
Lino Costa
tem sido sempre
silêncio, noite,
todo o tempo, quase todo,
que me pergunto
se a cadente estrela
a reluzente estrela
és tu?
e tem sido esse o tempo
um quase tudo de nada…
olho tantas vezes
para a última porta
para o cheiro instituído
olho tantas vezes
para esta fartura de nada
para a mão vazia
para a boca que não terá mais beijo na manhã
para aquele ombro cavado do teu
nada tem sido sempre
silêncio, noite, quase sempre
quase todo o tempo
que nem longe ou perto te sinta
o que és tu?
que tanto tens de nada
que quase tudo parece uma lambança assim
daquelas que nos marcam
assim daquelas que ficam
presentes com a tua ausência