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Fev07
malditas estacas
Lino Costa
despe a tua alma
e diz-me, que ferida
é essa, que trazes tu ao peito
que todo se rasga com o teu coração ao vento
dúzias de vezes
te vi com a cara sofrida
sem saber em quantas assim estavas
dilacerada e tão dispersa
agora que a tenho nua
a caminho de um vazio interminável
suportarei o teu saramento
porque seria uma das tuas mortes o esvair da tua alma
alma, repisada alma, tão dolorida
que não viste os camuflados alçapões
com as estacas aguçadas
malditas estacas
vezes sem conta
te viste no vermelho de um aviso
no prender de um (re)pensamento
e agora, desnudas-te, para mim, esquartejada
Benavente, 24 de Janeiro de 2007