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Dez12
quando passas pela eira
Lino Costa
fossem no vento
as ventanias de palavras
aquelas ditas lanças que ferem
sem serem proferidas
as que o pensamento
não cinge nem reprime
“assim porque sim”, diz o verso
Durante o volteio lento do poema
palavras desditas
amalgamas que não pensas
fundidas num sem querer
a goivar os sentido todos teus
e a esculpir-me contra o esculpido de mim
até que me prendas nesse enleio
nesse afligir agudo sem fuga
de ser um ser fundido num ser
seja ao vento
ou à força de as conter
não me percas
e faz-me traço sem fim
mostra-me na voz
um solto arrepender
pra que sinta o sabor
daquele que sabes qual