no tempo da lentidão
quadratura, não,
ou condição de um circulo parado
de ogiva d’um arqueio, volta perfeita…
tudo seria tempo, remetido a um jorro
tempo, outro, que morto seria em mim
acontecem os momentos obtusos
de tudo que o que nunca espero,
dão-se trejeitos, dialectos, fazem-se idiomas
e sinto que tais os preceitos
não serão mais que regra, cânone
que não persigo e de quem desisti
sigo os passos, porém, d’uma doutrina
d’um crer absoluto, e que me venda em cegueira,
sigo o caminho resumido, o trilho e o erudito
sou em mim este modo este jeito
sou este sentir de que a noite vai no fim
preso à cama morna que me ouve o pensamento
entro em vagareza pelos segundos suspensos
espessos melosos que em emudecem
no limite do infinito, que tanto corre outrora
e adormeço na réstia síria d’esperança, ao fim da falta
Lisboa, 12 de Maio de 2013
Ricardo Castro Alves
In: Versejos Livres