derramam-se os beijos
ali tão perto, as ondas,
aclamam-se em paixões
entre o titubear dos horizontes
e o troteio dos acanhamentos que se medem
como que um mandamento ancestral,
e eu em tão díspar contradição
preso às horas míseras
do estar longe
e dentro da mais escarlate consumição
que é viver este arredo, travessia e mar inteiro
nem a apoteose
que derramas nos beijos,
que me deixam a cru a certeza do que sinto,
me preenchem este vazio
este desvario de coisas sãs, de bizarrias vãs
no preciso instante
que te vais, ou eu não estou
aprendo a amar-te mais ainda
e a seguir-te o rasto do nome
pra te reter nas noites, como esta… caídas
Lisboa, 13 de Maio de 2013
Ricardo Castro Alves
In: Versejos Livres