10
Jun13
densa hora de nada
Lino Costa
Lisboa, 10 de Junho de 2013
cala-se o fim do domingo
e a vela acesa,
humedece o sabor ao silêncio,
encorpa nós e uma ternura
com o vento que nos crava a mãos,
em testemunha, a chama quieta,
tão serena que não fez dança
que contradizia a eloquência dos teus olhos
quando feriam, luzidios, sentidos veros
rascunho, madrugada nobre
de que parte de ti exalas o teu perfume,
inebriante seiva?
mas palavras… nas palavras sobejas o que não sei
um desencontro, da procura que a custo
aceito, ser a espera, ser mais do que ser
em ti, labirinto meu, e aurora que não tardas
ou azul vespertino, meus dias d’agora