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Jun13
grey
Lino Costa
Lisboa, 16 de Junho de 2013
estremecida, a face limpa
do papel, foi papiro quase desfeito
com a história da torre do gigante, o distante,
escrita no gretar
d’uma sapiência, como que num despique
de partes desiguais,
será o futuro e o tanto de nada
do olhar por olhar,
do ser mentira o que (não) quero ver
e que não me emudeça, a boca
nem se castre o sentimento, o azul
ainda agora sou (in)condicional
não sou esgaço do tempo partido
ou jura esmerada desfeita
nem a demora imensa de um gerúndio
Lino Costa
In: Versejos Livres