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Jun13
neurobravos
Lino Costa
Lisboa, 24 de Junho de 2013
este seio de silêncio
que me revolve medos
soa a morte d’almas
e a vale de fel, à mais negra magia
casa de rostos perdidos na opressão
o preto, finge que lê atento
a mãe sozinha esmaga migalhas
e há a rapariga que não se cala com o namorado
…e o resto... sou eu, e o resto
somos todos tempo amargo
que se espapassa sem pressa
nas paredes, nos olhos, nos papeis
nas mãos feitas de um cheio e de um nada
fica quase um quadro de lezíria
com cheiro a pântano
com corpos enterrados
nos jeitos cansados da espera
como figurantes nesta trama feita de erros
Lino Costa
In: Versejos Livres