20
Abr07
tempo
Lino Costa
Tenho a dizer que tempo tem a vida, o usufruto da minha alma. Deixei um sentido, algures esvaído, porque não me ocorre poesia.
Não me ocorrem palavras, nem quadras tentadas.
Sinto-me numa morte lenta, numa ida que não consigo retroceder. A minha morte, não é igual às outras, a minha morte morre comigo.
Num redondo de interrogações, que me esqueci de não esquecer, e que não as quero desvendar. O tal sentido, que lá vai, perdeu-se por Lisboa, cidade dos desencontros. Morro, sem saber e sigo, já só tenho uma vida que desconheço e aquele rosto que sempre me sorri.