15
Set15
no denso da hora
Lino Costa
horas e horas
com o olhar desperto
beija-me o vento,
o rosto amargo
um varrer que imagino
na minha poeira viajada
já sinto algum em mim é mais do que verso
ou grama compressa, mal medida…
o sentimento que fulge
vem baço e turvo
como se não tivesse um dono
é coisa assim sem tino
e enquanto pregão
meu, ao breu que persiste
rumo à hora que se cala a minha mente
e firme me fico, convicto
que também transponho o monte
e a voz que me inunda os minutos,
hoje fui maior, e fui mais forte
mesmo quando o vento me atentou
Lisboa, 15 de Setembro de 2015
Lino Costa
In: Versejos Livres