23
Mar20
o meu medo de ser hoje
Lino Costa
não tenho voz sequer
a cada instante que me cresce o medo
a atingir um vazio
feito dos silêncios que venero
que odeio, este meu segredo que desconhecia,
e ainda assim nesta deriva
de um mar grande como o infinito
de onde não sou ser, nem sonho, nem desejo
sou apenas o naufrágio completo
que quero a vida, as coisas pequenas
e terrenas, quero o amanhã
Lisboa, 23 de março de 2020
Lino Costa
In: Versejos Livres