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Dez06
na lage da cereja
Lino Costa
oliveira ripada
que te levas na cantiga
da sua voz bandida, e mão delgada
ao sabor morno do sol de Inverno
oliveira com vontade varrida
lá te vais no improviso vocal
enquanto pousa a vara da maralha
que lasca a o pão, que vive o vinho
oliveira quanto te invejo
por quem o fruto te rouba
que em teus galhos toca
e a mim não me quer
oliveira, ó velha oliveira brava
que te folga o tronco
e te entesas no galho que tanto pendia
vai-te embora que eu guardo o teu lugar
Algodres, 02 de Dezembro de 2006