04
Abr08
hoje
Lino Costa
são tantos
os beijos que fogem
teus, na poeira da eira
do vento, que me lembro
de um dia ter sido minha
pra ser quem sou
sem saber que seria triste
ou menos gente que a gente
vivi de esperança
igual aos mortais
sentindo-me diferente
pela terra dos existentes
enquanto seria um ausente
um mero crente, mas meu.
que agora penso, em quantos beijos
perdi, todos, teus sem saber
de vezes, traduções de horas
de minutos perdidos
por uma alvura da displicência
de que fora servo sem limite
e agora, realmente
sinto-me um vazio repleto de nada
sem a criação de distâncias
sabendo que hoje morri um pouco mais