20
Fev14
uma rainha de mim
Lino Costa
Boa Noite,
Quando parei, abri a porta do carro e cheirou-me à Camacha, a sopa de trigo nas furnas das casas, cheirou-me a minha Mãe...
Mãe, durante tanto tempo tentei perceber e definir "Mãe".
Sempre me debati com tudo o que da minha recebia, via, e apesar de em tantas, mesmo em muitas vezes, me confrontar comigo, mesmo de alguns porquês que não percebia, acabei hoje, por redefinir Mãe, a minha Mãe, "uma Raínha de Mim", apesar da homenagem tão cifrada, perdoem-me a mensagem, mas só quem sabe de mim a entenderá.
Aplico o meu cunho de poesia livre e desinibida, mas Mãe... este poema, é como te vi até aqui, é para ti.
Ja dediquei algumas, muito infimas, linhas à minha Mãe, são sempre míseras e poucas, aos olhos de quem me carregou e amou sem condição, proveito, ou julgamento... tão míseras que a chamei de Alentejo.
Mãe...
Esqueci-me de dizer, deixei de ter a definição de Mãe, nada define um ser maior que não a sua própria e natural monumentalidade, de Mãe.
nesse jeito,
quando não eras cara de moeda
nem vento de tempestade,
imaginei-te ternura agora
nos olhos que me absorviam
as mãos... as tuas mãos,
têm essas linhas todas
de cada dia que foste celeste
de todos que nada disseste
tendo nada, nada
não fosse o amor,
que sonho seria para ti viver?
seres desespero, seres filha do silêncio
de loucuras pelo tempo vazio
a amar, tu, só soubeste amar
sem pedir
sem ter, sem saber
a erguer o castelo inteiro
da princesa frágil
do rei mais que rei
dos espachins tementes...
que hoje, te são devotos
e amantes, sem mais que te valhe
senão certeza de um orgulho maior e uno
sem mais pra te dar
Sobral de Monte Agraço, a 20 de Fevereiro de 2013
Lino Costa
In: Versejos Livres
Quando parei, abri a porta do carro e cheirou-me à Camacha, a sopa de trigo nas furnas das casas, cheirou-me a minha Mãe...
Mãe, durante tanto tempo tentei perceber e definir "Mãe".
Sempre me debati com tudo o que da minha recebia, via, e apesar de em tantas, mesmo em muitas vezes, me confrontar comigo, mesmo de alguns porquês que não percebia, acabei hoje, por redefinir Mãe, a minha Mãe, "uma Raínha de Mim", apesar da homenagem tão cifrada, perdoem-me a mensagem, mas só quem sabe de mim a entenderá.
Aplico o meu cunho de poesia livre e desinibida, mas Mãe... este poema, é como te vi até aqui, é para ti.
Ja dediquei algumas, muito infimas, linhas à minha Mãe, são sempre míseras e poucas, aos olhos de quem me carregou e amou sem condição, proveito, ou julgamento... tão míseras que a chamei de Alentejo.
Mãe...
Esqueci-me de dizer, deixei de ter a definição de Mãe, nada define um ser maior que não a sua própria e natural monumentalidade, de Mãe.
nesse jeito,
quando não eras cara de moeda
nem vento de tempestade,
imaginei-te ternura agora
nos olhos que me absorviam
as mãos... as tuas mãos,
têm essas linhas todas
de cada dia que foste celeste
de todos que nada disseste
tendo nada, nada
não fosse o amor,
que sonho seria para ti viver?
seres desespero, seres filha do silêncio
de loucuras pelo tempo vazio
a amar, tu, só soubeste amar
sem pedir
sem ter, sem saber
a erguer o castelo inteiro
da princesa frágil
do rei mais que rei
dos espachins tementes...
que hoje, te são devotos
e amantes, sem mais que te valhe
senão certeza de um orgulho maior e uno
sem mais pra te dar
Sobral de Monte Agraço, a 20 de Fevereiro de 2013
Lino Costa
In: Versejos Livres